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A Liberdade no 25 de Abril


Estamos quase no 25 de Abril, data histórica para todos os portugueses, pois como todos sabem, foi exatamente nesta mesma data em 1974 que Portugal se libertou de uma ditadura dirigida por Salazar, de quarenta anos de opressão e falta de liberdade. Toda a revolução teve como tema central a liberdade e a sua recuperação, sendo este ideal capaz de fazer homens suportar dores horríveis, tanto psicológicas como físicas, para o trazer à vida verdadeiramente. Sem dúvida alguma, a liberdade é uma das maiores necessidades humanas, porém pouca gente a entende totalmente e penso que acima de tudo, esta é uma data onde devemos contemplar a existência ou falta deste valoroso ideal, dentro de nós e no país onde vivemos. A maior parte de nós acredita que somos livres interiormente, ou seja, que temos a capacidade de decidir racionalmente aquilo que queremos ou deixamos de querer, mas quanto mais o tempo passa, mais entendo que a liberdade não é algo tão gratuito como a maioria de nós pensa ser. Noventa por cento da Humanidade não é livre, pois a liberdade mais autêntica necessita de ser construída com esforço, auto-conhecimento e disciplina e isto acontece porque nós somos totalmente governados pelo nosso subconsciente, que por sua vez determina os nossos hábitos e estes determinam as escolhas que somos ou não capazes de fazer na nossa vida. Quantas vezes dissemos que iamos começar a ser ou agir de determinada forma e acabamos por repetir esse hábito indesejado vezes e vezes sem conta, sem nós querermos fazer tal coisa? Quantas vezes somos dominados pelos nossos padrões condicionados mentais que nos prendem em rotinas prevísiveis diáriamente? O ser humano vive a maior parte do tempo não fazendo verdadeiras escolhas, mas sim em repetição de rotinas, que nem sempre são da nossa opção consciente, porque nós precisamos de hábitos para sobreviver. Imaginem que nós todos os dias tinhamos de pensar em todos os processos necessários para conduzir, andar, respirar, lavar os dentes e todas as outras atividades que precisamos desempenhar no dia a dia, como se fosse a primeira vez? Seria um autêntico inferno e nada conseguiriamos fazer com as nossas vidas. Todos estes passos são automáticos porque são absorvidos pelo subconsciente, que controla todos os processos inconscientes, mas essenciais à vida, como o bater do coração e o funcionamento de todas as partes do nosso organismo, e muitos dos processos mais superficiais das nossas vidas, como os que mencionei ainda há pouco. A única forma de conseguirmos ser totalmente livres não está em quebrar com a existência do hábito, pois tal é impossível e não seria benéfico para nós, mas sim em conseguir usar o poder que este tem a nosso favor e não contra. Só quando entendemos o poder do hábito e consequentemente do subconsciente nas nossas vidas é que podemos nos tornar seres autenticamente criadores e livres, pois a partir daí começamos a criar hábitos e rotinas que coincidem com os nossos desejos e usamos o nosso corpo, mente e alma numa só direção, para uma criação inspirada e consciente na nossa realidade. Todo este raciocínio não só se aplica ao indíviduo mas sim ao coletivo, pois tal como desenvolvemos hábitos inconscientes na nossa vida pessoal, os países criam hábitos inconscientes na consciência coletiva e daqui advém a importância do 25 de Abril. Cada vez menos dámos importância a este acontecimento e vemos como se fosse algo inteiramente do passado e é aqui que começamos a cair em padrões de pensamento que não só são altamente condicionados, mas também são induzidos e manipulados pela elite que, ao compreender o poder popular, necessita criar determinados estados de ser nas suas populações, tais como a apatia, o sentimento de impotência e a depressão. Todos estes estados não advêm de quem nós verdadeiramente somos e são sempre um sinal de que estamos a permitir a entrada no nosso subconsciente de pensamentos e sentimentos inferiores que são induzidos através da implantação de hábitos altamente prejudiciais à liberdade de todos nós. Quem controla o poder do hábito possui em si o Mundo Inteiro.


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