Resoluções de Ano Novo: Será que resultam ou nem por isso?

Um novo ano está prestes a começar e como tal muitos de nós começamos a planear a nossa vida para os próximos 365 dias, imaginando aventuras fantasiosas pelo mundo fora, cheio de sucesso profissional, de dinheiro e de fama que poderão acontecer no futuro próximo que se avizinha. Todavia, o que praticamente toda a população acaba por perceber quando o dito novo ano começa a chegar ao fim é que praticamente não cumprimos nenhum dos objetivos que nos propusemos bem no seu começo! Por causa disto, criou-se uma grande multidão de céticos no que toca a resoluções de ano novo, acreditando que são uma verdadeira fachada e que nem vale a pena pensar em qualquer espécie de mudança porque isso nunca poderá acontecer. Esta é uma visão fatalista que afirma que não temos poder suficiente na nossa própria vida para criarmos a nossa própria realidade e como tal devemos resignar-nos ao que o destino e o estado político e social que nos rodeiam ditam para a nossa experiência neste planeta. Como em praticamente todas as coisas que realmente importam, a verdade encontra-se a meio caminho entre os extremos e devemos entender que todas as polaridades têm sempre algo de relevante para retirarmos das mesmas. Na minha opinião, nem os eternos otimistas nem os eternos pessimistas estão certos, todavia podemos retirar destes dois extremos uma posição epistemológica mais sensata e muito mais poderosa a que gosto de intitular de Realismo Idealista.

Nesta altura vocês podem estar a pensar o seguinte: O que é então o Realismo Idealista? Não é uma contradição de termos e de filosofias? De forma alguma! O Realismo Idealista é exatamente o ponto central entre a posição exarcerbada dos eternos otimistas e dos eternos pessimistas! Esta filosofia consiste em 2 momentos essenciais para a sua realização.

O Realismo Idealista prega que devemos olhar para as coisas como elas são, nunca as ignorando e fazendo de conta que existem coisas que realmente não existem… MAS também exige que não olhemos para as coisas piores do que elas são!

O Realismo Idealista não vai na filosofia New Age que muitas vezes procura ignorar a realidade à sua volta e tentando apenas se focar no deseja, pois sabemos que isso é loucura e estupidez! Ninguém vai para o seu jardim cheio de ervas daninhas, fecha os olhos e começa a afirmar: Não existem ervas daninhas! Não existem ervas daninhas! Não existem ervas daninhas! E pode esperar que quando abrir os olhos todo o jardim está perfeito e impecável!

O Realismo Idealista acredita que primeiro temos de reconhecer o que realmente é, ou seja, qual é a nossa verdadeira situação atual e depois exige ação para melhorar a situação! E é aqui que entra o 2º importante momento desta filosofia.

De nada nos serviria também apenas um Realismo Resignado, onde apenas reconhecemos aquilo que existe e não fazemos absolutamente nada porque ou não temos uma visão do que poderia ser melhor ou porque não acreditamos que seja possível construir um futuro ou realidade melhor a partir do que temos e é aqui que se encontram os eternos pessimistas. Se nós olhassemos para o jardim cheio de ervas daninhas e apenas aceitassemos a sua realidade e não fizessemos nada para alterar a situação, de nada serviria sermos realistas, continuavamos exatamente na mesma situação! É exatamente aqui que entra a parte do Idealismo. Para efetuarmos verdadeira mudança nas nossas vidas, depois de aceitarmos a realidade que nos rodeia, temos de ter uma visão clara e precisa de como queremos verdadeiramente que a nossa existência seja! É a visão desse futuro que:

1º- Nos dá uma direção clara e poderosa para seguirmos, e assim podermos descodificar os passos necessários para chegarmos a bom porto; Impele-nos e motiva-nos a agir para mudar tudo o que nos rodeia que não esteja coadunado com aquilo que mais sinceramente desejamos na nossa vida; 2º- Impele-nos e motiva-nos a agir para mudar tudo o que nos rodeia que não esteja coadunado com aquilo que mais sinceramente desejamos na nossa vida;

Estes dois momentos do Realismo Idealista são cruciais para a existência de verdadeira mudança nas nossas vidas, mas tornam-se completamente estéreis sem um segredo que está à frente de toda a gente, mas que quase toda a gente parece ignorar, ou seja: Ação! Se não agirmos conforme os planos e detalhes que a nossa visão idealista nos forneceu, tudo isto torna-se completamente fútil, pois serão apenas fantasias bem planeadas, mas não passarão disso! Imaginem que tinhamos aceitado a realidade do jardim com ervas daninhas, tinhamos construído um plano para as eliminarmos e limparmos o espaço, mas nunca o concretizassemos, o que aconteceria? Adivinharam, absolutamente nada, as ervas daninhas continuariam a multiplicar-se! Informação é apenas potencial para termos poder, só se agirmos sobre a informação que obtivemos é que se manifesta verdadeiro poder!

Sendo assim, as resoluções de ano novo podem ser um grande momento de transformação pessoal como pode também ser uma gigantesca frustração da qual queremos apenas escapar, pela dor que nos causam. Quando forem escrever as vossas resoluções de ano novo, sigam portanto os seguintes passos:

Analisem primeiro a vossa situação atual, a partir de todos os ângulos, sejam absolutamente sinceros e escrevam isso numa folha de papel. Como vimos, só podemos transmutar o que é para o que queremos, se percebemos primeiramente onde nós estamos verdadeiramente, pois só assim conseguiremos entender quantos e quais os passos serão necessários para atingirmos o que desejamos.

Após isto, é altura de darem asas à vossa imaginação e acederem aos vossos desejos mais profundos, para entenderem onde querem ir na vossa jornada. Assim, temos metade do mapa construído para atingirmos as nossas resoluções de ano novo, temos onde estamos e onde queremos ir! Embora isto pareça muito simplista, a realidade é que a maior parte de nós não faz a mínima para onde quer ir, muito menos onde estão realmente e sinceramente. O senso comum já não é tão comum quanto isso.

Com esta visão pensem agora na seguinte pergunta: Que ações poderia tomar imediatamente que me permitiriam atingir esta resolução? Após o entendimento destes pequenos passos, devem ser cumpridos com total perserverança, disciplina e dedicação, pois um plano sem ação, por muito bem feito que seja, sem ação por detrás a suportar, é apenas lixo ornamentado. “Uma viagem de mil milhas começa com um único passo.” Lao-Tsé Não nos devemos esquecer que vivemos para concretizar os nossos sonhos e paixões e não levar uma existência que não é nossa, mas de outros que não querem o melhor para nós.