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Felicidade no Trabalho: As 2 Dicas Mais Poderosas! ( O Mito de Sísifo )

Aúdio-Artigo: Basta clicar Play

A maior parte do tempo que constitui os nossos dias é ocupado pelas nossas obrigações profissionais e é exatamente por isto que é muito importante conseguirmos viver bem com a nossa profissão. O objetivo de todos os seres humanos consiste numa premissa e objetivo bastante simples: Todos queremos atingir níveis cada vez maiores de felicidade em todas as áreas que preenchem a nossa vida. Por muito que possamos procurar, e por muito que os métodos possam diferir, a realidade é que todos queremos atingir esse estado. Curiosamente, quase ninguém o consegue. Penso que se conseguissemos infiltrar felicidade no nosso local de trabalho, seria um passo gigantesco, na obtenção da nossa própria auto-realização.

1º Dica Trabalhar não é sinónimo de escravidão

Talvez a maior razão para o nível excessivo de infelicidade nos empregos seja exatamente esta mentalidade horrível que praticamente todos apanhamos na nossa infância, quer isto tenha surgido por influência de familiares, por influência da própria sociedade, ou por ambos. Trabalhar não tem de ser necessariamente uma tarefa penosa e pode ser um ato de imenso prazer.

Para aprofundar mais sobre este mito, talvez seja interessante analisar outro, proveniente da mitologia grega, designadamente, o mito de Sísifo. Segundo reza a história, Sísifo foi um dos maiores ofensores aos deuses do panteão olímpico.

Fundador e primeiro rei de Éfira, as suas aventuras e desventuras a desafiar o poder dos deuses tornaram-se verdadeiramente lendárias. Sísifo enfrentava de tal forma a autoridade divina sobre ele imposta, que segundo conta a mitologia grega, ele consegui enganar a própria morte. Certa vez, uma grande águia sobrevoou a cidade de Sísifo, transportando nas suas garras uma jovem rapariga, chamada de Égina, que era fila de Asopo, um deus-rio.

Eventualmente, o deus-rio dirigiu-se a Sísifo perguntando se sabia do paradeiro da sua amada filha. Aproveitando-se da oportunidade única, Sísifo propôs um acordo: Em troca de uma fonte de água para a sua cidade de Éfira ele contaria onde estava a filha de Asopo. O acordo foi aceite pelas duas partes e o Deus-rio ofereceu uma fonte com o nome de Pirene.

Zeus, sabendo de toda a esta situação, enraivecido, enviou Tanatos, o Deus da Morte, para levar Sísifo ao mundo de Hades.

Porém, o rei de Éfira, com a sua invulgar astúcia, conseguiu enganar Tanatos, elogiando a sua beleza. Tanatos caiu completamente na armadilha e quando Sísifo se apercebeu disso ofereceu-lhe um colar.

Ora este colar era na realidade uma coleira, que manteve Tanatoaprisionado. Escapando ao seu destino, prendendo o Deus da Morte, Sísifo conseguiu consequentemente que ninguém morresse durante um bom tempo. Com tal esperteza, o nosso protagonista conseguiu sempre fugir aos seus castigos até que acabou por morrer de velhice. Quando tal aconteceu, sofreu a sua famosa e eterna maldição: Teria de, para toda a eternidade, empurrar uma pedra enorme de mármore desde a base de uma enorme montanha até ao seu topo. Quando chegava ao topo, a pedra necessariamente rolava até à base para que este processo se repetisse vezes e vezes sem conta.

Albert Camus, filósofo do século XX, vê Sísifo como o ser que vive a vida ao máximo mas que ao mesmo tempo foi condenado a uma tarefa sem sentido, exatamente como um herói absurdo. A verdade é que muitos de nós sentimo-nos no nosso trabalho exatamente como Sísifo a levantar absurdamente a pedra, ou seja, forçados a realizar uma tarefa que não só é árdua, mas muitas vezes rídicula. Camus inclusive reconheceu isto e afirmou: "O operário de hoje trabalha todos os dias na sua vida, faz sempre as mesmas tarefas. Esse destino não é menos absurdo, mas é trágico quando apenas em raros momentos ele se torna consciente".

Todavia, a absurdidade de Sísifo e do operário comum pode ser transcendida para verdadeira felicidade. Quando nós aceitamos verdadeiramente qualquer que seja a tarefa à nossa frente, e em vez de a rejeitarmos, se a abraçarmos com amor, entusiasmo e felicidade, então até o levantar de uma pedra ao topo de uma montanha se torna um ato de expressão de felicidade.

Tudo isto é realidade porque o segredo da felicidade mais genuína consiste no entendimento de que não são as coisas que nos fazem felizes, mas apenas a nossa perspetiva sobre as mesmas. Quantas vezes nós consideramos algo como indiferente e aborrecido e outros consideram exatamente essa mesma coisa como algo especial e digno de gratidão? Nós como seres humanos somos dotados com a capacidade de criar perspetivas e é exatamente por isto que podemos ser capitães das nossas almas, ou seja, podemos literalmente escolher conscientemente a perspetiva que queremos ter sobre algo, e daí pode surgir a maior das felicidades ou das infelicidades ( caso a perspetiva não seja construtiva). No mundo existe positivo e negativo em tudo o que existe, e ambos são reais, todavia, só se torna real para nós aquilo que nós escolhemos acreditar como “verdadeiramente real”.

2º Dica Não te resignes nunca, procura sempre a tua paixão!

Talvez tenhas concordado com o que foi dito até agora, mas secalhar podes estar a pensar algo do género: “ Tudo bem, eu posso controlar a direção da minha perspetiva, mas tudo isso parece-me a tática da resignação, para não procurarmos aquilo que verdadeiramente desejamos.”

Nada poderia estar mais longe da verdade! Em qualquer emprego que possas estar, deves continuamente procurar sempre mais algo que te dê paixão e motivação, até porque só assim podes fazer um serviço maior ao próprio mundo.

O que tento transmitir aqui, não é a resignação para com as coisas que não gostamos, mas sim o estabelecimento de verdadeiras prioridades na tua vida! Provavelmente terás de várias vezes fazer coisas que não se relacionam (aparentemente) com a tua maior paixão, mas deves entender que a tua vida acontece AGORA. “ A vida é o que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer planos” -John Lennon

Se desperdiçarmos todos os momentos que temos à procura de sermos felizes em vez de decidirmos ser já neste momento, então só teremos alguns momentos muito raros de felicidade pré-estabelecida na nossa existência.

A maior parte de nós só se permite ser feliz quando se casa, quando tem um carro, quando tem um filho, etc. Só nos momentos socialmente definidos para nós sermos felizes é que damos permissão a nós mesmos para o sermos. Na minha filosofia, isso não se encaixa. TODOS os momentos são dignos de FELICIDADE! A vida é curta demais para desperdiçarmos a sentir coisas que não são da nossa escolha mais autêntica. Por isto, aproveita o trabalho que não gostas e enche-o de felicidade e paixão, mesmo que limpes as ruas ( uma profissão verdadeiramente importante e digna de respeito).

És uma peça fundamental nisto tudo.

Aproveita esta festa ao máximo.

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